Republicar conteúdo é uma ótima ideia, mas cuidado: o Google pode punir você

Republicar conteúdo é uma ótima ideia, mas cuidado: o Google pode punir você

Republicar conteúdo antigo tem sido uma recomendação frequente entre especialistas em content marketing. O princípio é bastante simples: você seleciona um post que no passado teve ótimo desempenho e o traz de volta à lista dos mais recentes. Se todos os dias ganhamos novos leitores, uma fatia deles perdeu bons textos publicados antes de sua chegada. Sem contar que, mesmo entre os leitores antigos, somente uma parte estava atenta ao post especial quando ele foi ao ar.

Acontece que no final de abril o site americano Small Bizz Trends trouxe à tona um alerta dado pelo Google. Dependendo de como fizer a republicação, você corre o risco de ferir as boas práticas de SEO. Em outras palavras, você pode ser punido pelo Google e perder visibilidade apenas por republicar conteúdo de forma descuidada.

Em março, o Content Marketing Institute (CMI) apresentou duas opções de como trabalhar.

Primeira opção


Esta alternativa deixa dúvida e talvez seja melhor evitá-la. Mas primeiro você precisa entendê-la. A ideia aqui é criar um novo post igual ao antigo, com eventuais atualizações. O post terá, portanto, uma nova URL, diferente da URL do post antigo. Você, então, redireciona a URL velha para a nova.

Vejamos isso na prática usando como exemplo o post abaixo, do próprio CMI, que foi ao ar em 17 de abril de 2017.



Esse post, na verdade, foi originalmente publicado pela primeira vez em janeiro de 2015. Na ocasião, a URL era esta:

http://contentmarketinginstitute.com/2015/01/simplify-content-marketing-strategy/

Essa URL foi redirecionada para a do novo post. Experimente clicar no link acima. Você será automaticamente redirecionado para o link abaixo:

http://contentmarketinginstitute.com/2017/04/content-strategy-one-page-plan/

Duas URLs facilitam a mensuração de resultados. Permitem aferir o desempenho em audiência e SEO em cada momento separadamente. O desempenho anterior não interfere tanto no atual.

No entanto, pode haver um problema de SEO. O Google pode interpretar a prática de republicar conteúdo num novo post como duplicação de conteúdo. O diálogo abaixo se deu no Twitter. Nele, o funcionário do Google John Mu esclarece uma dúvida sobre redirecionamento de URLs. Não é exatamente o mesmo caso que apresentei do CMI. Mas pode ser que, sim, o Google puna o novo post por entender que se trata de cópia. Ainda que você tenha copiado conteúdo de você mesmo.

Segunda opção


Esta é a minha preferida. A ideia é simplesmente alterar a data antiga do post para uma data nova. Mas com o cuidado de inserir uma nota do editor. Algo como “este post foi inicialmente publicado em 24 de janeiro de 2014. Foi atualizado e reeditado em 20 de abril de 2017”. Aliás, foi exatamente esse texto que inseri num post que republiquei aqui, na Tracto, caso você queira ver um caso real.

Talvez a escolha por essa opção seja pessoal, mas não estou sozinho. O site Protocol 80 lista alguns cuidados que devem ser tomados quando for republicar conteúdo apenas alterando a data. Numa tradução livre e resumida, as recomendações são:

• Mantenha a mesma URL. Modifique o post original, mas não publique um novo. Sua página pode ser punida por mecanismos de busca por conteúdo duplicado.
• Mantenha as palavras-chave mesmo que você altere o título.
• Seja transparente na nota do editor. Afinal, eles podem ficar confusos se virem uma data atual, mas comentários de meses ou anos atrás.
• Depois de meses ou anos, muitas coisas podem ter ficado desatualizadas. Atualize seu post para ter precisão.
• Verifique o que precisa ser mudado, adicionado ou apagado. Isso inclui:
• Conteúdo que deixou de ser relevante;
Conteúdo desatualizado;
• Estatísticas e exemplos que precisam ser atualizados;
• Links para outros sites que agora podem estar quebrados;
• Call-to-actions que perderam importância.
Republicar conteúdo exige critério

Que tipo de post deve renascer? Aqueles poucos que ainda recebem tráfego do Google, mas você sabe que estão desatualizados. Ou, então, aqueles que têm potencial para ocupar o primeiro lugar nas buscas orgânicas do Google, mas não ocupam. Estas duas dicas foram apresentadas no mês passado pelo irlandês Ian Cleary (@iancleary) num artigo publicado pela revista americana Entrepreneur.

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