As iniciativas de UX muitas vezes são vistas como uma interrupção, em vez de uma solução para os desafios organizacionais. Neste artigo, abordaremos estratégias para construir credibilidade no seu trabalho de UX, conquistar apoio e gerar um impacto perceptível do cliente.
Quando iniciamos um novo projeto de UX, percebemos que há uma desconfiança inicial em relação ao sucesso das iniciativas propostas. Muitas equipes já passaram por experiências negativas, com promessas não cumpridas e entregas abaixo do esperado.
Porém, quando bem aplicado, o UX tem um impacto positivo significativo nos negócios. Para conquistar a confiança das equipes e da gestão, um caminho eficiente é identificar gargalos críticos e problemas ocultos que impactam a rotina de trabalho.
Vamos explorar como isso pode ser feito de forma prática.
Toda empresa enfrenta dificuldades em seus fluxos de trabalho. Geralmente, esses problemas são bem conhecidos pelos funcionários, mas raramente chegam até a liderança sênior. Isso acontece porque os gestores estão distantes das operações diárias.
O conceito do Iceberg da Ignorância, de Sidney Yoshida, ilustra bem essa questão: muitas vezes, a alta gestão desconhece os reais problemas enfrentados pela equipe. Isso pode envolver desde um desenvolvedor sobrecarregado, até ferramentas desatualizadas ou fluxos confusos que geram retrabalho e erros.
Embora nem sempre seja possível eliminar esses gargalos, é essencial garantir que processos e equipes trabalhem de maneira alinhada para maximizar a eficiência e evitar sobrecarga desnecessária.
Antes de iniciar qualquer projeto de UX, analise quais fatores estão impedindo a produtividade da empresa. O objetivo é demonstrar que o UX não interrompe o trabalho, mas sim resolve os obstáculos internos que dificultam a operação. Com a entrega de melhorias perceptíveis, a aceitação ao trabalho de UX cresce naturalmente.
O dia a dia corporativo envolve muito mais do que as tarefas formais. Reuniões, revisões, testes, suporte, correções e ajustes fazem parte da rotina e, quando não bem gerenciados, podem gerar atrasos e baixa produtividade.
Para entender onde estão os pontos de atrito na empresa, realize conversas individuais com os colaboradores e identifique problemas recorrentes. Algumas questões comuns incluem excesso de reuniões, prazos desorganizados e retrabalho causado por falhas na comunicação.
Uma estratégia eficiente para otimizar os fluxos de trabalho é tornar os processos visíveis. Isso ajuda a identificar gargalos e propor melhorias concretas. Em algumas situações, pode ser necessário reduzir a carga de trabalho, criar pausas estratégicas ou ajustar o tempo destinado a determinadas atividades.
Qualquer melhoria feita fora do principal gargalo do sistema não gera impacto real. Em outras palavras, aperfeiçoamentos isolados não resolvem o problema se o principal obstáculo continuar existindo.
Se um setor está operando no limite de sua capacidade, aumentar a demanda apenas criará um acúmulo de tarefas e mais frustração. Por isso, o ideal é equilibrar os fluxos de trabalho e evitar sobrecarga desnecessária.
Para garantir um fluxo de trabalho eficiente, às vezes é necessário interromper a produção e reavaliar prioridades. Além disso, é essencial gerenciar o tempo de espera entre as tarefas, garantindo que nenhuma etapa do processo fique travada devido à falta de organização.
Se um colaborador está ocupado 90% do tempo, o tempo de espera por suas entregas será nove vezes maior do que se ele estivesse 50% ocupado. Ou seja, quanto mais sobrecarregado o profissional, maior a fila de demandas acumuladas.
A chave para otimizar a produtividade é equilibrar o fluxo de trabalho e garantir que a carga seja distribuída de maneira inteligente.
Maximizar o desempenho não significa ocupar 100% da capacidade dos profissionais. Pelo contrário, a sobrecarga pode reduzir a eficiência e prejudicar o andamento do projeto.
Uma hora perdida em um gargalo impacta toda a operação, enquanto uma hora economizada fora dele não faz diferença. Isso significa que, em vez de tentar otimizar cada setor individualmente, a empresa deve focar no equilíbrio geral do sistema.
Ao aplicar esses conceitos no UX, é possível demonstrar sua importância para a organização, conquistar apoio interno e garantir um impacto real nos processos empresariais.
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